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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Como emagrecer com Saúde?

Muitas receitas milagrosas aparecem agora no final de ano, todo mundo querendo ficar sarado para o verão, bate aquele desespero. Mas será que existe algo milagroso? Existem muitos produtos que garantem e realmente fazem as pessoas perderem peso, porém geralmente o que se perde rápido se ganha também muito rápido, fazendo o tal do efeito sanfona.
Mas o que fazer? Como emagrecer com saúde? Bom, resolvi escrever falando da minha experiência, contando um pouco e quem sabe ajudar alguém.
Então vamos lá, bom a grande questão inicial é colocar na cabeça que a sua alimentação de agora em diante deve ser saudável, melhoras os hábitos. Juntamente deve-se procurar uma atividade física, pois para emagrecer o princípio é básico, deve-se gastar mais energia do que adquirir, ou seja, comer pouco e exercitar-se bastante, lembrando que a água é essencial também para este processo.
Outro fato é carboidratos, gordura agora são inimigos, pois são altamente energéticos, é lógico que não deve-se tirar totalmente da sua dieta, mas sim diminuir o consumo e se possível evitá-los após as 19:00 da noite, isto foi algo que me ajudou muito, após este horário não me alimento de carboidratos e nem de gordura, lógico em raras exceções, mas numa quantidade pequena. Após as 19:00 se a fome bater, alimente-se de proteínas, de uma salada ou frutas.
Passei a comer muitos vegetais,  frango, cereais, frutas e lógico tomar muita água.
Os dois primeiros meses são complicados, sempre bate aquela fome, mas garanto que após este tempo o seu organismo começa a se acostumar. Um outro grande aliado que descobri foi o gengibre, pois o seu chá ajuda a acelerar o metabolismo, ajudando na disposição e também para queimar gorduras.
E lembrando que isto deve ter uma acompanhamento de um profissional, um nutricionista. E para quem ainda tem preguiça, deixe ela de lado e vá se exercitar, no minimo 3 vezes na semana, não faz mal para ninguém.

Regiões preservadas são alvo do tráfico de animais


Brasília (DF) - Minas Gerais é o estado que mais contribuiu para a quantidade de multas aplicadas ao tráfico nacional de animais silvestres entre 2005 e 2010, especialmente de pássaros como canário-da-terra-verdadeiro, coleirinho, trinca-ferro-verdadeiro, curió e azulão. As maiores vítimas da ilegalidade são espécies canoras ou de grande beleza que acabam em gaiolas como animais de estimação, e também as mais procuradas por criadores comerciais e amadores. 

O grande número de multas registrado em terras mineiras se deve à atuação da Polícia Militar Ambiental, conforme artigo publicado por analistas do Ibama no livro Enriquecimento da biodiversidade em um mundo diverso (atalhos para download ao lado). O estudo também traça as principais rotas usadas pelo tráfico (confira o mapa) para retirar animais de onde a natureza está preservada e vendê-los em centros urbanos. 

Pelo alto grau de conservação, com mais de oito em cada dez hectares cobertos por Cerrado no norte de Minas Gerais, o Mosaico de Unidades de Conservação Sertão Veredas-Peruaçu está na mira dos traficantes. Parte dele toca o sudoeste baiano, onde a venda ilegal acontece principalmente ao longo da BR-116, com sérios impactos para aves nativas. No Mosaico é encontrada a maioria do animais conhecidos do Cerrado, muitos ameaçados de extinção pelo desmatamento e pelo avanço descontrolado da agropecuária e obras de infraestrutura.

No fim de setembro, foram apreendidos 62 papagaios na Serra das Araras, distrito de Chapada Gaúcha (MG). Os animais estavam em situação precária, em caixas de madeira no porta-malas de um carro. Os dois detidos são de Januária (MG), mas venderiam os papagaios em São Paulo, de acordo com a Polícia Militar Ambiental. As aves foram entregues ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade em Chapada Gaúcha. Um dos traficantes é reincidente no crime, mas ambos foram liberados.

“Os grandes remanescentes do país são o principal alvo da coleta ilegal de animais silvestres. O Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu é muito procurado pelos traficantes durante a reprodução anual dos psitacídeos (papagaios, araras e outras espécies de bico torto)”, disse um dos autores do estudo, Guilherme Gomes Destro, da Coordenação de Operações de Fiscalização do Ibama.

O sargento da PM Eduardo Ferreira afirma que crimes ambientais são comuns na região. "Infelizmente sabemos que aqui (no Mosaico) o tráfico de animais silvestres e a caça são corriqueiros. Procuramos desenvolver trabalhos de educação e fiscalização, mas para chegarmos aos criminosos é muito importante que a comunidade nos ajude", disse ao portal G1.

De acordo com Júlio César Sampaio, especialista em Cerrado do WWF-Brasil, o tráfico na região demonstra a necessária consolidação das áreas protegidas e o fortalecimento de ações conjuntas que levem à redução de práticas danosas ao meio ambiente. 

“O Mosaico é uma das regiões mais importantes para a conservação da biodiversidade, de culturas e de economias únicas do Cerrado. Governos, sociedade civil e setor privado precisam unir esforços para evitar que a região tenha o mesmo fim que metade do Cerrado, hoje totalmente desmatado”, ressaltou. 

Números alarmantes

Cerca de 38 milhões de animais silvestres são retirados todo ano da natureza brasileira, principalmente aves. Apenas quatro milhões são vendidos, principalmente na Região Sudeste, onde se concentra a demanda por animais traficados. O restante acaba em gaiolas, é solto ou morre vítima do tráfico ou maus tratos. Aprisionar ou vender animais silvestres é uma prática ilegal, mas comum em todo o Brasil. 

O comércio ilegal de vida silvestre é estimulado pela procura de zoológicos e colecionadores, petshops e indústrias e também para pesquisa e biopirataria. As redes de escoamento de animais silvestres adotam métodos semelhantes aos usados por traficantes de drogas, armas e pedras preciosas para falsificar documentos, subornar, sonegar impostos e definir rotas de transporte nacional e internacional.

A Rede WWF desenvolve uma campanha internacional contra o comércio ilegal ou insustentável de animais silvestres e subprodutos. Junto com a União Internacional para Conservação da Natureza, desenvolveu um programa de apoio à Convenção Internacional sobre o Tráfico de Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora Silvestres (Cites, sigla em Inglês).

Toda ave tem uma função no ambiente natural, por exemplo, dispersando sementes que manterão a saúde das florestas ou controlando populações de insetos, muitos incômodos às pessoas, lembra o especialista em aves e analista de Conservação do Programa Amazônia do WWF-Brasil, Luiz Coltro. Além disso, ele ressalta que a coleta e o comércio ilegais podem levar espécies à extinção, pela redução ou empobrecimento genético das populações.

“As aves não cometeram nenhum crime para terminar a vida atrás das grades”, lembrou.

Por Aldem Bourscheit
FONTE: http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?33322

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Profissão

Muitas pessoas devem se perguntar inúmeras vezes sobre sua profissão, sentir muitas dúvidas, pensar no que já passou. As vezes fico pensando, será que estamos satisfeitos? Será que conseguimos nos sentir satisfeitos? Bem, acho que não. Hoje em dia a grande preocupação do jovem é ter uma profissão que lhe confira um status e principalmente lhe dê um grande retorno financeiro, muitas vezes os sonhos, as vontades ficam ofuscadas. Então como escolher, como aliar o prazer de uma profissão com o sucesso financeiro?
Não estou escrevendo aqui para dar a formula mágica, muito menos para solucionar todos os problemas da vida, pois também não conheço a resposta. O que sei, é que isso é realmente um transtorno, atualmente não me encontro nem feliz profissionalmente e nem financeiramente, mas já notei que estas fases vem e vão. Conheço também muitas pessoas que são muito felizes profissionalmente, porém financeiramente não ocorre o mesmo, outras, ocorre o inverso, são extremamente felizes financeiramente, porém profissionalmente não pode-se dizer o mesmo, muitas vezes e profissão já chegou ao limite, acabou o desafio, acabou a emoção, os descobrimentos. Diante as vezes penso, em jornais, na televisão, sempre ouvimos e vemos, os tais consultores e especialistas, dizendo que é sempre temos que nos reinventar, que temos que recomeçar, achar novos desafios.

Mas recomeçar de que forma? 

Recomeçar baseado no que? 

No retorno financeiro ou na satisfação profissional?

Florestas seguem carentes de mais proteção


Brasília (DF) - O WWF-Brasil acompanha há mais de três anos a reforma do Código Florestal no Congresso, dada a importância da lei para a conservação da biodiversidade, a economia e a qualidade de vida dos brasileiros. Durante esse período, parcela do agronegócio apoiada em parlamentares de várias siglas realizou trabalho para enfraquecer a proteção de ecossistemas.

A legislação resultante desse movimento, apesar dos vetos e decretos publicados em outubro (2012), está longe do que a Ciência indica como necessário e do que a Constituição estabelece para a manutenção de um meio ambiente equilibrado. Mesmo que tais medidas tenham melhorado trechos do projeto aprovado no Congresso, os níveis de proteção de matas ciliares, reservas legais, topos de morro, encostas e mangues são inferiores aos da legislação anterior. 

Os vetos da Presidência melhoram o que não é bom e podem ajudar o Brasil no cumprimento de metas da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas para a redução do desmatamento no país. Apesar disso, sem dedicar instrumentos e investimentos adequados à escala do país, pode ficar comprometida a implantação de mecanismos positivos previstos na legislação, como os que obrigam a restauração de regiões degradadas e o cadastramento e regularização das propriedades rurais do país em 5 anos. 
Além disso, por ainda ser muito complexa e conter várias imprecisões, a lei poderá ser uma fonte de novos conflitos e ampliar a insegurança jurídica no campo. Também deixa um recado contraproducente para a sociedade brasileira e global, anistiando quem cometeu crimes e penalizando quem até hoje respeitou a legislação. Isso incentivará mais desmatamentos em todo o Brasil, como vêm ocorrendo.
Por meio de pesquisas de opinião e de campanhas como a Veta Tudo, Dilma!, a maioria dos brasileiros se posicionou contra novos desmatamentos e pediu a rejeição integral da lei aprovada no Congresso e sancionada pela Presidência da República. Todavia, os apelos da sociedade e da comunidade científica não foram ouvidos.
De forma proativa, o WWF-Brasil analisará os efeitos da legislação em vigor sobre as regiões onde atua e apontará, em parceria com os setores governamental, privado e não governamental, caminhos legais, concretos e economicamente viáveis para proteger e restaurar ecossistemas indispensáveis à sustentabilidade socioambiental e à segurança da população.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Paraná tem novos moradores...


Centenas de pesquisadores estão, neste instante, embrenhados no mato ou fechados em laboratórios para tentar provar que a diversidade de seres vivos é muito maior do que se tem conhecimento. A cada semana, por exemplo, é descoberta uma nova espécie de peixe no Brasil. E a Mata Atlântica, especialmente nos trechos preservados que existem no Paraná, abriga boa parte dos animais e plantas só recentemente encontrados.
Do momento em que uma nova espécie é localizada até o reconhecimento científico é preciso trilhar um longo caminho. Nos últimos cinco anos, 64 espécies foram descobertas em pesquisas apoiadas pela Fundação Grupo Boticário em todo o país. Mas apenas nove já passaram pelo processo de descrição – que inclui a escolha de um nome. O intervalo entre o achado e o batizado costuma ser de dois anos de trabalho, no mínimo. A pesquisa exige a avaliação de todas as características físicas internas e externas para assegurar que aquele conjunto de seres é diferente de todos os outros. Posteriormente a comparação precisa ser referendada por outros pesquisadores e publicada em revista científica.

Equilíbrio ecológico

A bióloga Cosette Xavier considera que falta investimento em pesquisa na área de descoberta de animais e plantas. “Atualmente o incentivo se restringe, basicamente, à concessão de bolsas de mestrado e doutorado, mas não é suficiente”, afirma. Ela já foi coordenadora nacional de fauna pelo Ibama e também responsável pelo setor no Paraná e no momento atua na iniciativa privada, como consultora ambiental. Cosette diz que muitas descobertas acabam sendo feitas no momento de avaliação de impacto ambiental de grandes empreendimentos. “O estudo permite fazer uma intervenção mais planejada, realocar espécies, preservar algumas áreas e até alterar traçados das obras”, explica.

“Está aumentando gradativamente, nos últimos 20 anos, a quantidade de especialistas em várias áreas da zoologia e a tendência é de que mais descobertas sejam feitas”, afirma Mauro Britto, que é biólogo da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
Na semana passada, por exemplo, o Instituto Butantã anunciou a identificação de 17 novas aranhas nativas da Mata Atlântica. Britto conta que as descobertas feitas no Paraná estão concentradas na planície litorânea, nos municípios de Guaraqueçaba e Matinhos. “Nesses locais ainda existe uma cobertura florestal razoável”, explica.
Para Marcio Pie, professor de Zoologia na Universidade Federal do Paraná, o reconhecimento científico de espécies endêmicas (que só habitam um determinado local) é importante para traçar estratégias de preservação da área. Ele também aponta a relevância do equilíbrio ecológico. Não se sabe ainda qual o papel que cada espécie exerce em um ambiente – a extinção de um bicho que se alimenta de um tipo de mosquito transmissor de doenças pode acarretar o aumento da população do inseto com consequências danosas para todos.
Um dos principais acervos do país está em Curitiba
Quando uma nova espécie é encontrada na natureza, o pesquisador recolhe alguns exemplares para estudo. A descoberta é então comparada com o que os biólogos chamam de coleção (conjunto de espécies já localizadas pelos cientistas). É essencial contar com coleções com a maior variedade possível de exemplares para assegurar que não se trata de um indivíduo já identificado. Um dos principais acervos de coleções do Brasil fica no Museu de História Natural do Capão da Imbuia, localizado no bairro curitibano de mesmo nome. O local concentra exemplares de descobertas feitas no Paraná.
Não há um catálogo que concentre as espécies recentemente descritas no estado. “O pesquisador de cada área acaba sabendo, mas a informação não está disponível ao público em geral”, reconhece o ictiólogo (estudioso de peixes) Vinícius Abilhoa. Ele afirma que existem cerca de 150 espécies de peixes na Floresta Atlântica litorânea paranaense e acredita que igual quantidade ainda não foi localizada. Nos últimos cinco anos, 12 peixes foram identificados e 20 ainda estão em processo de descrição na área.
A diversidade de répteis e anfíbios é muito maior do que a que foi estimada há 20 anos, conta o pesquisador Júlio Moreira Leite. Ele ressalta a importância das coleções. O incêndio que destruiu o acervo de cobras do Instituto Butantã em maio de 2010 tornou ainda mais importante as coleções dos museus espalhados pelo país. “Para desenvolver o soro antiofídico é preciso usar o veneno de vários tipos diferentes de jararaca, por exemplo”, explica.
FONTE:http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/meio-ambiente/conteudo.phtml?tl=1&id=1286678&tit=-procura-de-novos-moradores

sábado, 23 de junho de 2012

O Ártico pede socorro


Na data de 21/06/2012, dia do solstício, quando a luz do Sol não se apaga por 24 horas no Círculo Polar Ártico, o Greenpeace começou uma corrida contra o tempo para transformar um dos mais frágeis ecossistemas do planeta em santuário global.
Enquanto um gigantesco “urso polar” era inflado nos céus do Rio de Janeiro, a organização aproveitou sua participação na Rio+20 para anunciar uma campanha que deseja banir a exploração de petróleo e a pesca predatória no Ártico. Animal símbolo desta empreitada, o urso polar é uma das espécies que correm risco de extinção com o derretimento do Pólo Norte.
A exemplo do que ocorreu vinte anos atrás com a Antártida, declarada santuário justo quando a indústria da mineração avançava sobre seu território, a campanha do Greenpeace pretende mobilizar cidadãos de todo o mundo para que a ONU aprove uma resolução que torne o Ártico um território global. As poucas esperanças de avanços durante a Rio+20, entretanto, fracassaram devido ao lobby dos Estados Unidos, Canadá e Rússia – as três nações que possuem territórios no Ártico.
“O Ártico está sob ataque por isso é necessário que as pessoas se levantem para exigir sua proteção”, disse Kumi Naidoo, que participou do lançamento da campanha no Rio de Janeiro. “A proibição da exploração do petróleo offshore e da pesca predatória seria uma vitória importante para salvar esta preciosa região e para as populações nativas que lá vivem.”
A atriz Lucy Lawless, que deu vida ao personagem da série “Xena, a Princesa Guerreira” também veio ao Brasil para o lançamento da campanha. Em setembro, a atriz será julgada juntamente com ativistas do Greenpeace por sua participação na ocupação de 72 horas de um navio de exploração de óleo da Shell. O navio rumava para o Alasca, onde, neste verão, iniciará a perfuração de poços de petróleo na região.
Mobilização
Além de Lawless, uma longa lista de personalidades declararam apoio à campanha. Paul McCartney, Penelope Cruz, Robert Redford, Pedro Almodóvar, Thom Yorke, Emily Blunt, Baaba Maal, Javier Bardem, entre muitos outros, terão seus nomes escritos em um pergaminho que em breve será enterrado no fundo do mar do Ártico, quatro quilômetros abaixo do gelo. Uma bandeira demarcará o local exato onde o pergaminho será colocado –um ato simbólico para declarar aquele um território global.
Tendo início na Rio+20, a intenção do Greenpeace é recolher milhares de nomes que também ficarão registrados no pergaminho em apoio à proposta. Qualquer pessoa pode participar por meio do site www.SaveTheArctic.org.
Uma das regiões mais inóspitas do planeta, o Ártico abriga um sensível ecossistema, já ameaçado pelo aumento das temperaturas globais. A exploração de petróleo traz ainda mais riscos, uma vez que um vazamento seria praticamente impossível de se limpar. A Shell é a primeira grande empresa a definir o Ártico como foco de suas atividades exploratórias. Se a empresa tiver êxito em suas primeiras perfurações, teme-se o início de um corrida sem precedentes pelas últimas gotas de óleo do planeta.
“Estamos desenhando uma linha no gelo e dizendo aos poluidores: ‘Vocês não irão além’”, disse Kumi Naidoo. “O Ártico é o refrigerador do planeta, que nos mantém mais frios ao refletir a energia do Sol por meio da superfície de gelo. Mas se o gelo de Ártico derreter, a vida e a subsistência em todos os continentes estarão ameaçadas.”

Declaração feita pelo WWF Internacional ao encerramento da Rio+20


Com o término das negociações, o Diretor Geral do WWF Internacional Jim Leape emitiu hoje a seguinte declaração final sobre a cúpula Rio +20:

Esta foi uma conferência sobre a vida: sobre as gerações futuras, sobre as florestas, oceanos, rios e lagos que todos nós dependemos para a nossa comida, água e energia. Foi uma conferência para abordar o desafio premente da construção de um futuro que possa nos sustentar. Infelizmente, os líderes mundiais que se reuniram aqui perderam de vista o objetivo da urgêcia.

Com poucos países dispostos a pressionar para a ação, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff escolheu por conduzir um processo sem conteúdo sério - em detrimento do planeta. O resultado é uma oportunidade desperdiçada, um acordo que não conduz o mundo na direção ao desenvolvimento sustentável.

A urgência de agir, no entanto, não mudou. E a boa notícia é que o desenvolvimento sustentável é uma planta que tem raízes que crescerão independentemente de fraca liderança política que aqui se viu. Vimos os líderes dos países virem ao Rio de Janeiro, mas não os vimos atuando nas negociações.

Já há várias iniciativas animadoras acontecendo em comunidades, cidades, governos e empresas, trabalhando para o desenvolvimento dos pilares para proteger o nosso ambiente, reduzir a pobreza, e nos levar a um planeta mais sustentável. E ainda precisamos de ações em todos os lugares, de pessoas, vilas, cidades, países, pequenas e grandes empresas, organizações da sociedade civil e movimentos, assumindo a responsabilidade que os líderes mundiais não conseguiram exercer na Rio+20. Devemos redobrar nossos esforços e esperanças de que essas iniciativas ajudem a abrir o espaço político necessário para um processo multilateral que dê resultados, como supostamente a Rio +20 deveria fazer.

Alguns dos grandes compromissos feitos fora das salas de negociações oficiais, no Rio incluíram:

. Governos, bancos, investidores e CEOs defendem a valorização e contabilização do capital natural. Nove bancos, investidores e seguradoras (incluindo a Caixa Econômica Federal, Caisse des Depots, China Merchants Bank, Natural Australia Bank, Standard Chartered + 50 países Botswana, África do Sul, Reino Unido + Unilever, Puma, Dow Chemical) fizeram um apelo coletivo pela valorização e contabilização do capital natural. 

· Moçambique - Presidente Armando Guebuza de Moçambique anunciou o lançamento do Plano de Moçambique para uma Economia Verde. O plano compreende as estratégias nacionais para aplicar os princípios da economia verde para o desenvolvimento das cidades, da agricultura, de fontes de energia, por meio do investimento na manutenção e melhoria de seu capital natural, incluindo áreas protegidas terrestre e marinha. 
· As Maldivas anunciaram a maior reserva marinha do mundo, composta de 1.192 ilhas, o que deverá ocorrer em 2017.

· O governo britânico anunciou que o Reino Unido será o primeiro país do mundo a exigir que grandes empresas passem a medir a sua pegada de carbono. O sistema fará com que mais de 1.000 empresas meçam suas emissões totais de gases de efeito estufa.

· O Presidente da Indonésia lançou vários e amplos compromissos para alcançar um "futuro sustentável" na Indonésia. Fortalecimento financeiro, político, institucional e a cooperação sul-sul com as principais nações que possuem florestas tropicais são temas-chave desses compromissos.

· Oito dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo anunciaram a transferência dos investimentos em construção de estradas para investimentos em transporte público, no valor de US $ 175 bilhões para estimular o uso de ônibus, trens e ciclovias. Esse foi o maior compromisso monetária feito durante a Rio +20 para o desenvolvimento sustentável.

O que o WWF esperava como resultados da Rio +20 e que se compromete a continuar lutando por:

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Esses objetivos devem ser uma evolução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio voltados para áreas temáticas, tais como alimentos, água, energia e oceanos; sua definição, processo de criação, formas de financiamento para alcance das metas e sua medição, são assuntos que o WWF continuará se dedicando. 

Medidas para valorar a riqueza natural. O mundo precisa de indicadores para medir a qualidade do meio ambiente, natureza e biodiversidade e os ecossistemas, em conjunto com os indicadores de desenvolvimento econômico e social ja existentes, respectivamente, PIB e IDH.

Reforma dos subsídios. Como prioridade global, a elaboração de um relatório anual a respeito da revisão de subvenções que conduza à eliminação de até 2020 de todos os subsídios prejudiciais ao ambiente, em particular os subsídios aos combustíveis fósseis.

Governança marinha. Algum progresso foi feito no Rio sobre esta questão, mas ainda precisamos melhorar a governança dos oceanos, incluindo a questão da conservação e uso sustentável dos mares para além das fronteiras nacionais.

Programa Ambiental da ONU mais forte. O fortalecimento do PNUMA deve ser uma prioridade, com o financiamento e autoridade apropriados para proteger o meio ambiente mundial.


FONTE: http://www.wwf.org.br/informacoes/?31745/Declarao-feita-pelo-WWF-Internacional-ao-encerramento-da-Rio20